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A mostrar mensagens de 2020

Responsabilidade Social da Empresa em tempos de Mudanças Climáticas

Acrescentemos ao título, “em tempos de mudanças climáticas de origem antrópica, de origem humana”. Porquanto, mudanças climáticas é um fenómeno que acompanha a evolução humana, porém, nos últimos tempos temos verificado alguma acentuação nas causas, intensidade e consequências das mudanças climáticas. E para melhor percebermos o porquê desse incremento, talvez as quatro revoluções industriais oferecem elementos de elucidação (Nacir, 2018) . Primeiro, temos a revolução industrial inglesa (séculos XVI e XVII), isto é, 1765 e a criação da máquina à vapor, máquina de tecer e o uso do comboio como dos principais meios de transporte de mercadorias.   Segundo, a revolução de 1870 – descoberta da eletricidade, descoberta e uso do gás natural (e a produção de fertilizantes para o uso agrícola) e a descoberta do petróleo. Terceiro, a revolução nuclear e tecnológica de 1969, porquanto houve nesse período a descoberta da energia nuclear e os avanços tecnológicos. Quarto, por fim, a revolução num

Conversas sobre (i) Desenvolvimento Sustentável e (ii) Relações entre Povos.

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Um novo mecanismo de avanço do debate sobre diversos assuntos: conversas, abertas e inclusivas, com a possibilidade de contribuição simbólica pelos participantes (acima de 50mt) .  O objectivo é de tornar o conhecimento acessível e facilitar a percepção do mundo, a agentividade e a tomada de decisão. O primeiro  encontro esta marcado para o dia 23 de dezembro, quarta feira, via Google Meeting, a decorrer entre 16h45-18h. Para participar, basta enviar-nos uma mensagem. Pode nos contactar aqui, no Instagram, YouTube e Facebook .   

Impacto ecológico e impacto ambiental: falamos do mesmo fenómeno?

Muitas vezes usamos inadvertidamente as noções de impacto ecológico e impacto ambiental. Poucas vezes, entretanto, nos indagamos se existe aí uma relação de sinonímia. Vejamos de forma breve e exemplificada a diferença e semelhança entre ambas ideias. A pertinência dessa análise fundamenta-se no facto dessas palavras estarem constantemente a ganhar uso devido ao desiderato do desenvolvimento sustentável, qual acompanha as nossas vidas, directa ou indirectamente. Talvez, antes, seja prudente voltar aos conceitos de ecologia e de ambiente. Por um lado, ultimamente a palavra ambiente tornou-se polissémica. Mas atentemos para a definição de Canivet, Lavrysen e Guihal (27 :2006) que consideram o ambiente como aquilo que nos circunda. Primeiro, acaso informar que a ideia inicial sobre o que nos circunda está relacionada à aspectos naturais, isso é, que não foram produzidos pelo Homem. Segundo, de forma quase desafiadora a ideia precedente, temos de notar que, nós somos também circundados p

A Nossa Culpa

A Nossa Culpa ….   …   … ……. L : Ah! Mas de quem é a culpa? Porquê estamos nesta situação? B : Talvez a culpa seja de todos nós. Uns até contribuem para a desmeritarizição da sociedade. para a valorização do demérito na sociedade. Outros, apáticos, assistem esse processo. E poucos tentam melhorar alguma coisa. Doutro modo, li noutra vez que 33% das pessoas procuram fazer algo de errado, outros 33% procuram fazer algo de certo e outros 33% assistem essa dualidade. C : Hummmmm!!! Como assim? B : Veja que todos reclamamos dos problemas sociais existentes, i.e., corrupção, criminalidade, degradação moral, por aí em diante. Mas poucos nos perguntamos qual é o nosso papel nesses problemas. Tanto na causa, assim como na resolução. L : Não percebo. Podes elaborar? B : Dizem que os exemplos nos ajudam a compreender melhor, então, vou exemplificar. Veja os motoristas e cobradores de chapa/transportes públicos (chapeiros); alguns deles encurtam rotas, outros não cumprem com o contra

A esperança não é um sentimento imaginário e nem distante, mas prático e próximo!

A esperança não é um sentimento imaginário e nem distante, mas prático e próximo! Quando pensamos em esperança, a priori lha percebemos como um ideal. A esperança é tida como algo teórico que não oferece conteúdo prático, e se oferece é de forma distante e não próxima. Por isso que a importância da palavra esperança é relativamente baixa. Pensemos na frase “tenha esperança que os problemas irão acabar”. Essa frase nos transmite a ideia de futuro, de distância (“os problemas IRÃO acabar,” mas “não acabaram”). E muitas vezes, termina aí. Poucos são os que agem paralelamente a esperança. Muitos esperam, tanto é que, a esperança é um substantivo que se relaciona etimologicamente ao verbo esperar, ESPERA[R]nça. Entretanto, a palavra esperança não pode nos deixar inativos. A esperança não é imaginaria, mas prática. Porquanto, existe a necessidade de manter a acção para que a esperança se materialize. Certo, a esperança é uma crença. E muitas vezes confundimos crença com inação. Por iss

Pode a Síndrome de Estocolmo Explicar as Relações Internacionais Pós-Coloniais? De Uma Abordagem Quase Ucrónica.

Pode a Síndrome de Estocolmo Explicar as Relações Internacionais Pós-Coloniais? De Uma Abordagem Quase Ucrónica.   Existirá um Eros subconsciente entre as antigas colónias e as antigas metrópoles? Antes, façamos uma breve revisão das palavras-chaves para perceber o presente texto. Tais palavras são: Síndrome de Estocolmo, Relações Internacionais (RI) e pós-colonial. Primeiro, Síndrome de Estocolmo é uma resposta psicológica aonde um cativo começa a identificar-se favoravelmente com seus captores, incluindo a agenda e demanda desses últimos  (Lambert, 2020) . Esta designação inspira-se de uma situação de roubo que aconteceu em Estocolmo, na Suécia, quando em agosto de 1973 quatro reféns ficaram cativos por seis dias. Entretanto, durante esse período e após essa situação, os reféns desenvolveram sentimentos de proximidade com os raptores. Doravante passou-se a designar toda situação aonde os reféns desenvolvem afinidades e sentimentos de simpatia ou amizade para com os raptores, c

Da necessidade de uma reconceptualização do “lixo”

Da necessidade de uma reconceptualização do “lixo” Os conceitos ajudam-nos a perceber e forjar a nossa representação do mundo. Eles permitem que se crie uma relação entre a ideia e a matéria. Começam essa projeção do entendimento para a agentividade. Por isso os usamos. E por isso o conceito de “lixo” merece uma revisão. Aliás, ousemos: uma reconceptualização. O lixo é comumente conceptualizado como “[r]esíduo [isso é, resto] resultante de actividades domésticas, comerciais, industriais, etc., e que se deita fora.; detritos, sobras.” (Dicionario Priberam, 2020) . Depois, no estado de natureza, não existe o conceito sintético e prático de lixo. Atentemos para o facto de que o “(…) conceito de lixo está ligado a um produto que foi descartado e que não tem valor nenhum. (…) Portanto, as causas do lixo [são] puramente uma acção humana de descarte de um produto. Se (…) observar bem, na natureza o ser humano é o único animal que produz lixo”  (Machado, 2020) . E um complemento técnico p

Não somos tão pobres como se diz! O Que o Ciclone IDAI nos mostrou.

Não somos tão pobres como se diz   Marcado na memória dos moçambicanos, 2019 é o ano que nos lembra a infeliz ocorrência do ciclone IDAI. Mas diz o milenar ditado: todo mal vem com o bem. Mais perspicaz ainda, outro ditado árabe considera que “com a adversidade vem a facilidade”. O ciclone IDAI criou destruição, certo. Destruição humana e material. Perdemos vários compatriotas, que contribuíam para a diversidade e o desenvolvimento do nosso rico país. Perdemos também infraestruturas de diversa função. Perdemos estradas, escolas, centros de saúde, centros comerciais e outros serviços. À perca de tudo isso acrescenta-se uma outra perca que, no entanto, é paradoxalmente um ganho; um ganho que, na verdade nunca foi perdido. Ganhamos riqueza. Qual? Face aos rastros de destruição e sofrimento causado pelo IDAI, como pensar em ganhos daí decorrentes? Sim, ganhamos uma riqueza que nunca a perdemos. Ganhamos a desconstrução de que somos pobres. Quando surgiu a ideia de que somos pobres, n