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A mostrar mensagens de setembro, 2020

Da necessidade de uma reconceptualização do “lixo”

Da necessidade de uma reconceptualização do “lixo” Os conceitos ajudam-nos a perceber e forjar a nossa representação do mundo. Eles permitem que se crie uma relação entre a ideia e a matéria. Começam essa projeção do entendimento para a agentividade. Por isso os usamos. E por isso o conceito de “lixo” merece uma revisão. Aliás, ousemos: uma reconceptualização. O lixo é comumente conceptualizado como “[r]esíduo [isso é, resto] resultante de actividades domésticas, comerciais, industriais, etc., e que se deita fora.; detritos, sobras.” (Dicionario Priberam, 2020) . Depois, no estado de natureza, não existe o conceito sintético e prático de lixo. Atentemos para o facto de que o “(…) conceito de lixo está ligado a um produto que foi descartado e que não tem valor nenhum. (…) Portanto, as causas do lixo [são] puramente uma acção humana de descarte de um produto. Se (…) observar bem, na natureza o ser humano é o único animal que produz lixo”  (Machado, 2020) . E um complemento técnico p

Não somos tão pobres como se diz! O Que o Ciclone IDAI nos mostrou.

Não somos tão pobres como se diz   Marcado na memória dos moçambicanos, 2019 é o ano que nos lembra a infeliz ocorrência do ciclone IDAI. Mas diz o milenar ditado: todo mal vem com o bem. Mais perspicaz ainda, outro ditado árabe considera que “com a adversidade vem a facilidade”. O ciclone IDAI criou destruição, certo. Destruição humana e material. Perdemos vários compatriotas, que contribuíam para a diversidade e o desenvolvimento do nosso rico país. Perdemos também infraestruturas de diversa função. Perdemos estradas, escolas, centros de saúde, centros comerciais e outros serviços. À perca de tudo isso acrescenta-se uma outra perca que, no entanto, é paradoxalmente um ganho; um ganho que, na verdade nunca foi perdido. Ganhamos riqueza. Qual? Face aos rastros de destruição e sofrimento causado pelo IDAI, como pensar em ganhos daí decorrentes? Sim, ganhamos uma riqueza que nunca a perdemos. Ganhamos a desconstrução de que somos pobres. Quando surgiu a ideia de que somos pobres, n