COP 22: QUE INTERPRETAR PARA MOÇAMBIQUE?
COP 22:
Que Interpretar para Moçambique?
COP22 é a designação que se deu para a Conferência das Nações Unidas Sobre
o Clima, também referenciada como conferencia das partes número 22 (para mais
subsídios, veja o artigo anterior: Cop21 Cop 22 e outras siglas (assuntos e
termos) usadas em conferências internacionais sobre o clima). A COP22 aconteceu
no mês de Novembro, em Marrocos, Marraquexe. O presente artigo visa perspectivar
como as principais deliberações tomadas em Marraquexe podem afectar a
Moçambique.
Primeiramente, é importante que se exponha os principais assuntos debatidos
em Marraquexe para depois, se efectuar a interpretação dos mesmos sob o “angulo
de visão de Moçambique”. Comecemos pela área de finanças, onde os países mantiveram o compromisso de até 2020
contribuir com cerca de 100 biliões de dólares para fortificar as instituições
pró-climáticas.
Em seguida, acerca do Fundo de
Adaptação, houve pouca evolução, visto que adiou-se a discussão –
propriamente dita – deste assunto até 31 de Março de 2017. O mesmo, sucedeu na
discussão sobre o Dialogo Facilitativo;
qual, as discussões centraram-se nas Contribuições Nacionais Determinadas
(NDS’s), onde urgiu-se a necessidade de aprovação de um manual de procedimentos
para estas contribuições e, ademais, que tais contribuições providenciassem
claridade e transparência. Entretanto, os aspectos técnicos, metodológicos e as
bases do manual de procedimentos vão ser discutidos em 2018.
Assuntos Órfãos: como o nome sugere, depois de Paris (COP21) houve
tarefas em que não existiam responsáveis identificados para seu encaminhamento,
por isso o nome “assuntos órfãos”. Tais tarefas remetem-nos às promessas
climáticas, limites temporais comuns e metas sobre as finanças climáticas. Também
discutiu-se acerca das Perdas e Danos
e aprovou-se um plano de trabalho de quarto anos onde os Estados vão abordar
formalmente acerca dos impactos das mudanças climáticas, perdas não económicas
(culturais, tradicionais, etc.) e migração, isto é, os impactos climáticos que não
podem ser tratados com medidas adaptativas.
Portanto, os aspectos supramencionados foram os que dominaram a cimeira de Marraquexe,
sendo o corolário desta, a Proclamação de Acção de Marakesh, um cometimento pqra
seguir com o estabelecido em Paris (acordos de Paris) em 2015. Importa destacar
também a injecção de 50 milhões de dólares por parte de Austrália, Canada e
Alemanha num novo fundo, para criar mais transparência no processo de gestão climática
internacional. Contudo, o grupo dos 47 países mais pobres, onde Moçambique faz
parte, prometeram usar cada vez mais fontes de energia renovável e atualizar
suas contribuições nacionais determinadas.
Moçambique
Moçambique é membro da Organização das Nações Unidas (ONU) e, por
conseguinte, tem participado, como membro, também das conferências
internacionais sobre o clima. Dessa forma tudo o que se discute e,
eventualmente, se delibera nesses encontros é de importância para Moçambique
como Estado parte das Relações Internacionais. Assim, após a COP22 podemos
perceber que:
Por um lado, ter uma estratégia de prospeção e uso das energias renováveis para
que consiga gradualmente substituir a energia convencional (fóssil) às renováveis
e assim, paralelizar-se as deliberações internacionais. Aqui, se bem
operacionalizado, Moçambique pode ter ganhos que transbordam a vertente
climática, pois, terá alternativas económicas, em termos de receitas e competitividade,
quando houver alteração dos preços dos combustíveis tradicionais no Mercado
regional e internacional. Isso se existirem fontes de energia renovável a
operar no território nacional.
Por outro lado, é importante que Moçambique faça-se sentir nas discussões
de grupo (Fórum de Vulnerabilidade Climática, por exemplo) pois, daí saem posições
mais consolidadas e representativas, coagindo os outros países, desenvolvidos,
a aceitarem as demandas dos menos desenvolvidos. Este fenómeno, agrupamento,
nota-se mais quando se discute o montante que cada país deve contribuir ou,
quando restringe-se o uso de energias poluidoras do ambiente que, de alguma
forma, os países desenvolvidos usaram-na desproporcionadamente relativamente
aos países em desenvolvimento; também as quotas de uso.
Por fim, sendo a criação de políticas pró-ambiente um imperativo
internacional e estando Moçambique envolvido no Sistema Internacional, é de
extrema importância que se elaborem políticas sustentáveis. Isso significa que,
reconhecendo que é necessário ainda usufruir dos recursos disponíveis no solo moçambicano
mas, poluentes do ambiente, não podemos nos estabelecer em extremos: usar os
recursos poluentes e desenvolver rapidamente ou usar as energias renováveis e
desenvolver a ritmos moderados (ficando com uma e abandonado outra, vice-versa).
Deve-se sim, avançar com uma abordagem integrativa e que complementa a operacionalização
de políticas de prevenção do ambiente, mesmo usando alguns recursos poluentes,
ao mesmo tempo em que nos tornamos experientes no uso das energias renováveis.
Por:
Amade Casimiro Nacir
Parte da informação retirada em:
Carbonbrief.org
Cop22-morroco.com
Iisd.org
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